Como Comunicar com Impacto no Setor Industrial
O setor industrial português evita comunicar. Não por receio, mas por hábito e foco operacional.
Há um silêncio que atravessa o setor industrial em Portugal. Não é o som das máquinas ou o compasso metódico da produção. É o silêncio comunicacional de empresas que operam com excelência técnica, mas falham em dizer ao mundo quem são, o que fazem e porquê isso importa.
Enquanto setores como o retalho ou a tecnologia investem em visibilidade, reputação e relação com os públicos, muitas empresas industriais mantêm-se reféns de uma comunicação fechada, episódica ou meramente reativa. O silêncio não custa só reputação — custa talento, oportunidades e influência.
Comunicar no setor industrial não é um exercício decorativo. É uma necessidade estrutural.
Porque é que comunicar bem é uma questão estratégica no setor industrial
A reputação de uma empresa industrial já não depende apenas da qualidade do seu produto. Depende da forma como comunica o que faz, por que faz e com que impacto o faz. A comunicação tornou-se um eixo central da legitimidade pública.
Empresas industriais que operam em setores críticos — energia, ambiente, farmacêutica, tecnologias industriais — são alvo de escrutínio permanente. Seja por parte de reguladores, investidores, opinião pública ou comunidades locais. O silêncio ou a linguagem cifrada geram desconfiança.Sem um posicionamento claro, o vazio é preenchido por especulação.
A comunicação estratégica permite:
Gerir riscos reputacionais com antecedência
Articular os compromissos ESG de forma credível
Demonstrar inovação com impacto real
Consolidar relações com stakeholders institucionais
Estudos da Edelman confirmam: empresas que comunicam de forma proativa e transparente aumentam a confiança dos seus stakeholders em mais de 70%.
No setor industrial, comunicar não é apenas falar — é construir autoridade.
Os erros mais comuns na comunicação das empresas industriais
A maioria das empresas industriais em Portugal comunica mal. Não por falta de vontade — mas por falta de visão. Não percebem que, em 2025, quem não sabe contar o que faz será ultrapassado por quem sabe, mesmo que faça pior.
Falam só para os seus pares
Discursos fechados, carregados de jargão técnico. Comunicados que só um engenheiro do mesmo setor compreenderia. A consequência? Ficam invisíveis para os investidores, para os decisores políticos, para a opinião pública.
Só comunicam quando a urgência já se instalou
A comunicação entra em cena quando há uma crise, um acidente, uma denúncia ambiental. Antes disso, silêncio. Depois disso, mensagens reativas, sem direção. Sem estratégia, cada mensagem é um remendo — e não uma construção
Ignoram o potencial das redes sociais como alavanca B2B.
“Não somos uma marca de consumo”, dizem. E fecham-se. Mas ignoram que o LinkedIn é hoje uma arena B2B onde se decide reputação, se negoceiam projetos, se recrutam técnicos e se criam reputações.
Ignoram a imprensa
Confundem assessoria de imprensa com spam. Enviam PDFs genéricos para caixas de entrada que ninguém lê. Nunca ligaram a um jornalista. Nunca pensaram num título. Esquecem que os media, mesmo em mutação, continuam a legitimar
ESG tratado como checklist
Divulga-se uma ação ambiental sem contexto, sem explicação do impacto, sem ligação à estratégia. O público percebe a intenção: greenwashing.
Acreditam que o seu bom trabalho fala por si
Mas não fala. Nunca falou. E menos ainda agora, num tempo em que a narrativa é tão poderosa como o produto.
Comunicar mal não é inócuo. É contraproducente.
Boas práticas de comunicação industrial com impacto
A comunicação eficaz no setor industrial não é um luxo; é uma necessidade estratégica. Empresas que adotam práticas sólidas de comunicação destacam-se no mercado, atraem talentos e fortalecem relações com stakeholders. Eis algumas práticas recomendadas:
Implementar estas práticas não só melhora a imagem da empresa, mas também contribui para o seu sucesso a longo prazo.
O papel da assessoria de comunicação no setor industrial
As empresas industriais sabem fazer. Mas raramente sabem contar o que fazem. Falta tempo, falta método, falta vocação. E o problema não é estético — é estratégico.
Ignorar a comunicação é uma decisão perigosa. Delegá-la a quem não entende o setor, um erro caro. A assessoria de comunicação, quando é séria, faz o que a estrutura interna não consegue: parar, pensar, planear, executar.
Uma agência especializada traz distância crítica. Vê onde a empresa tropeça na linguagem, onde fala sozinha, onde se repete sem se explicar. Traduz o jargão. Estrutura ideias. Alinha a comunicação com os objetivos do negócio.
O valor não está nos posts. Está no plano.
O que faz uma boa assessoria no setor industrial?
Define uma estratégia de comunicação clara, com metas, públicos e canais
Garante coerência entre a narrativa interna, institucional e comercial
Cria conteúdos com impacto — não apenas bonitos, mas úteis e credíveis
Estabelece relações com jornalistas que escrevem sobre o setor
Prepara a empresa para gerir crises antes de elas acontecerem
Mede resultados e ajusta com base em dados, não em opinião
Comunicar bem não é escrever bem. É saber o que dizer, quando, a quem e com que intenção. E isso exige método. A assessoria é essa metodologia aplicada — fria, analítica, precisa.
A empresa que tenta comunicar sozinha, raramente o faz com o impacto necessário.
Checklist de Comunicação no Setor Industrial – Está a sua empresa preparada?
Descubra, nesta checklist, as principais lacunas da comunicação da sua empresa. Não se trata de estilo, mas de estratégia. Comunicar com clareza, consistência e intenção é tão importante como produzir com qualidade. Esta lista ajuda a identificar o que está a falhar — e onde pode começar a corrigir.
A sua empresa tem um plano de comunicação escrito, com objetivos, públicos e canais definidos?
Existe um alinhamento claro entre comunicação institucional, comercial e interna?
Há uma estratégia de comunicação de crise documentada e testada?
O site institucional está atualizado, responsivo e pensado para diferentes públicos (clientes, imprensa, reguladores)?
A empresa está presente no LinkedIn com uma estratégia ativa e relevante?
Existem conteúdos que explicam o impacto das soluções da empresa (não apenas as especificações técnicas)?
A empresa sabe explicar, em menos de 1 minuto, o que faz, por que é relevante e com que impacto?
Comunica de forma acessível, evitando jargão técnico desnecessário?
Existe uma linha editorial clara e coerente em todos os canais?
Mantém relações diretas com jornalistas e meios relevantes para o setor?
Envia conteúdos à imprensa que vão além de press releases genéricos?
Monitoriza a perceção externa da marca nos media e redes sociais?
Os compromissos ambientais, sociais e de governance são comunicados com dados, contexto e propósito?
Evita ações pontuais que pareçam greenwashing ou gestos cosméticos?
Mede o desempenho da comunicação com métricas como alcance, engagement, reputação e conversão?
Ajusta regularmente a sua comunicação com base em dados e feedbacks reais?
A indústria portuguesa tem talento, conhecimento e capacidade produtiva. Falta-lhe, muitas vezes, a consciência de que comunicar é parte do processo — não um extra. Uma empresa que não se explica, não se distingue. Uma empresa que não se mostra, não influencia. E, atualmente, ser invisível é uma vulnerabilidade.
Comunicar com impacto não é fazer barulho. É escolher as palavras certas, nos contextos certos, com um propósito claro.
Na Madde, acreditamos que o setor industrial tem muito para dizer — e muito a ganhar em dizê-lo bem.
Se a sua empresa está a repensar a forma como se apresenta ao mundo, teremos gosto em ouvir. E, se fizer sentido, em ajudar.